Crónicas do Emigrante

Olá meus compinchas,

Aqui estou eu, na cidade mais a norte deste belo país denominado por Inglaterra ou bife-land!
Pois é, por entre vários destinos paradisíacos, acabei por escolher esta ilha remota localizada algures no Atlântico Norte para seguir com os meus estudos e experiências "internacionais".
A cidade escolhida tinha de ser uma das mais “puras e duras” do país – Newcastle!
Terra bonita, com a 8ª melhor noite do mundo (!), embora com condições atmosféricas e custo de vida austeros.
À excepção das bejecas (4/6euros), da comida, dos preços de concertos e jogos de futebol, das viagens e das propinas, tudo o resto é acessível!! Sim, os palitos são baratos…
A gente…é barriguda, pálida, de pronúncia geordie (pronúncia local que se assemelha ao Escocês, e que tem, inclusive, um dicionário próprio; nem mesmo os Ingleses de fora a conseguem compreender) e sempre ansiosa pela próxima piela!
São terríveis para os copos, estes malandros.
Habituarmo-nos aqui ao sítio demora algum tempo; pormenores como o sol (ou a falta dele), o ritmo circadiano completamente alterado (no Inverno anoitece às 15h45, no Verão às 23h), a língua – não é o Inglês que ouvimos nos filmes – e os amigos que ficaram para trás são obstáculos a ultrapassar diariamente.
As minhas saudades do surf e da minha moça também tornam a luta mais árdua.
Mas nada que o típico tuga não aguente! Aliás, isto só poderia ser interessante assim com desafios.
A nossa capacidade de adaptação pela improvisação é-me cada vez mais óbvia!
Realmente, só não chegámos à lua com as caravelas porque o Infante D. Henrique ainda não havia descoberto o canivete suíço!
Quanto mais tempo passo aqui, mais tenho a certeza que nós Portugueses temos potencialidades para muito mais.
Damos cartas onde quer que vamos; não nos “acagaçamos” com a falta de recursos (não conheço mais nenhum país que tenha o ditado “quem não tem cão, caça com gato”!); e a nossa capacidade de socializar elimina quaisquer barreiras geográficas/raciais.
O futuro passa pelas mãos da nossa geração!
Para além dos bens que vamos ter de herdar da geração actual, ainda vamos ter de gramar com os nossos próprios problemas!
Ou seja, o caminho é árduo e muitas dificuldades nos esperam.
Mas também, cabos das tormentas há já muito que fazem parte da nossa vida.
Para a frente é que é caminho…
Não nos deixemos obcecar em ir para a esquerda ou para a direita; há muito, muito tempo, que este país anda enviesado.
Preocupemo-nos em nos formarmos como pessoas de forma consciente e planeada.
O futuro espera-nos! Mas temos de nos preparar para ele o melhor possível!
Não tenhamos portanto medo dele…
Até breve,
Abraço

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