



Olá amigos, que tal essas vidas?
Espero que bem!
Esta região fica a cerca de 4h de autocarro da capital, Quito, e a 2h da cidade mais próxima – Otavalo. De notar no entanto, que a distância entre Otavalo e a localidade da reserva é de 40km, mas que demora 2horas a ser feita. As estradas…bom, vejam as fotos e julguem por vós próprios.
Os ratos são companhia habitual, e as suas caminhadas em busca de alimento constituem a banda sonora que me adormece. Os sons de grilos (e outros animais), a chuva e o rio que aqui corre ao lado completam o resto da orquestra.
Bom, não consigo resistir e vou passar já às situações caricatas dos primeiros dias:
Dia 1
Viagem até à reserva. Vejam as fotos para perceberem o tipo de “estrada”. Depois de 40000 saltos nos bancos do autocarro (sensivelmente um a cada metro da viagem) cheguei à base da reserva; mas quando pensava que tudo já tinha passado mal podia adivinhar que ainda teria de caminhar 30min com as mochilas às costas debaixo de uma chuva intensamente revigorante, e em cima de um caminho "inclinadamente lamaçoso"!
Jantar à espera, com umas fantásticas “tortillas”, arroz, lentilhas e “plátanos” (bananas) fritos, e as famílias anfitriãs a mostrar o que este povo Equatoriano tem de melhor. Simpatia a rodos, e sorrisos aos magotes apesar das condições de vida difíceis no que toca à parte económica (pelo menos, é o que a nossa cultura ocidental nos leva a pensar!).
Depois da janta, um duche rápido em cima de uma pedra com 1m de altura, rodeada de bambu e com um chuveiro alimentado pela água do rio! Raras vezes uma banhoca me soube tão bem. Pior mesmo é depois de uma bela banhoca ter de untar o corpo com repelente de insectos! Untar literalmente, porque a bicharada aqui ainda não percebeu que os repelentes contra insectos também se aplicam a eles!
Dia 2
Os mosquitos, a lama, a chuva…nem dou por isso! Engraçado que trouxe para aqui umas botas de montanhismo que me custaram cerca de 80 euros há alguns anos atrás (à prova de tudo e mais alguma coisa), mas o único calçado que uso por aqui são mesmo uns botins de borracha que me custaram 4 dólares!!
Pondo a coisa por miúdos, estava tudo uma confusão do caneco quando eu e mais 5 dos 14 voluntários que estou aqui a coordenar chegámos. Basicamente pusemos tudo de pé, preparámos o que havia a preparar, tendo ainda posto a minha rabeca ao serviço da causa ecológica (atenção GS, aí está mais uma para a tipologia de serviços). Actuei para uma plateia de cerca de 100 Equatorianos e Quechuas que miravam com curiosidade a improvisação do momento!
Acabada a “festa”, ida até um bar local para beber uma bela Pilsener de 0,75litro. Conversa aqui, conversa ali e conheci o Pablo, virtuoso local da guitarra que conhecia todos os sucessos musicais equatorianos…ah, e ainda Scorpions e
Gente boa, música “malhadora”, sorrisos, simpatia e curiosidade para conhecer a bandeira que envolvia a rabeca foram os ingredientes que contribuíram para uma noite memorável!
Dia 3
Domingo, alvorada às 7h para ir comprar bilhete para a viagem de regresso (apesar de aqui caber sempre mais um passageiro, o risco de ficar apeado era grande). Depois da missão cumprida, houve tempo para caminhar pela cidade e inteirar-me sobre como a vida corre nesta parte do mundo, e ainda para saborear uma banana assada. Cidade pacata, gente simpática (e baixa; sentia-me um alemão com 2,20m de altura a caminhar pelas ruas de Alfama) e um ritmo de vida próprio de um Domingo num qualquer país latino.
As 3h da tarde chegaram rapidamente, bem como os 40000 saltos até à reserva. Amigos, para quem de vós gasta uns cobres valentes na procura da mais pura adrenalina, venham cá e paguem os 1,65 dólares da viagem! Satisfação garantida, ou dinheiro devolvido!
Bom, já vos roubei tempo que chegue. Hoje fico por aqui, mas prometo que da próxima vez que for à civilização enviarei mais uma crónica para vosso gáudio e curiosidade!
Outra ainda: até que ponto a falta de electricidade, a chuva, a lama, os mosquitos, a humidade, etc, etc, vos vai impedir de seguir uma experiência parecida com esta!
Um grande abraço para todos,
Até breve
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